sábado, 7 de maio de 2011

Irmãs mais Velhas


Somos quatro,
Minha irmã, Eu, Meu irmão
E minha irmã mais nova,
Mas contemporâneas
Só minha irmã mais velha
E eu...
Temos tantas coisas só nossas,
Tantos delitos infantis
Dos quais uma foi cumplice da outra...
Tantas miudezas
Que só nós duas somos capazes de lembrar.
Aquela bala do nosso tempo de menina
Que tinha lá na taberna do vovô,
O guaraná Garoto
E o Mirinda que agora virou Fanta.
Também tinha assovio do papai atrás de casa
A boca da noite, depois do lavor,
O assovio que anunciava o bombom
Os pirulitos motivo de briga.
Pois preferíamos o mesmo sabor
E o papai sempre trazia
De dois sabores diferentes,
Um de morango outro de uva,
E nunca tivemos a ideia de pedir que ele trouxesse
Pirulitos com a mesma casca,
Solução da nossa disputa.
Não! A gente era chegada num barraco,
Ela gostava de me arranhar com aquelas garras
Que ela cuidava com tanto primor,
Eu adorava mostrar para a mamãe chorando
O meu braço todo agatanhado,
Adorava ver minha mãe cortando,
Rente carne,
A vaidade da minha irmã.
Mas depois paramos com as brigas,
Vieram nossos irmãos mais novos
Vieram as fraudas sujas,
Que éramos obrigadas a lavar
Com a mesma cumplicidade delituosa.
Ficamos ambas para o canto,
Somos as irmãs mais velhas
Temos lembranças só nossas
Laços que nos une para sempre,
Somos, nós duas, mais que metade
Dos filhos dos nossos pais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentar é irresistível...